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Agrotec

100% biológico é possível?

Texto por: George Stilwell

COMO ALIMENTAR TANTA GENTE?

Os maiores desafios que se irão colocar à agricultura nos próximos anos, não será apenas descobrir como alimentar uma população a dirigir-se inexoravelmente para o patamar dos 9 mil milhões de seres humanos, mas também como fazê-lo enquanto se adapta às mudanças climáticas em curso e enquanto se tenta desenvolver medidas de mitigação do seu próprio impacto ambiental.

Estima-se que até 2050, as necessidades alimentares aumentarão de 59% a 98% devido a este enorme aumento da população. Também as exigências destes consumidores modernos, especialmente por proteína de origem animal, irão aumentar em muitos países. Nos países mais desenvolvidos, muitos destes alimentos provêm de sistemas de produção mais ou menos intensivos, com eficiência muito elevada, relativa baixa ocupação de solos por unidade produzida, mas com impactos sérios sobre o ambiente e bem-estar animal, entre outros. Haverá alternativas?

Uma das alternativas mais frequentemente propostas é a agricultura biológica ou orgânica, ou regenerativa, ou sustentável, ou uma série de outras denominações parecidas. E está a pegar. O valor do mercado de alimentos biológicos, que atualmente ultrapassa os 11 mil milhões de euros, vai chegar depressa à barreira dos 100 mil milhões, ocupando áreas de terra crescentes em inúmeros países, com a Austrália, Argentina e China (Espanha, Alemanha e Itália, na Europa) a liderar o mercado. A proposta da Comissão da UE – Green Deal – aposta forte na reconversão da agricultura europeia para biológico.

No sul da Ásia, o Butão tem planos ambiciosos para se tornar 100% orgânico nos próximos anos. Enquanto que, em Sikkim, um estado no nordeste da Índia, já se atingiu essa meta em 2016.

Porquê esta tão grande procura pelo biológico/orgânico? Os impactos destes sistemas serão sempre positivos? E, mais importante, o sistema orgânico/ biológico conseguirá responder aos tais desafios que hoje em dia se colocam à agricultura/pecuária?

Continue a ler este artigo na Agrotec 43.