FacebookRSS feed

Agrotec

Medidas para atender às preocupações com o bem-estar dos porcos no momento do abate

A maioria dos riscos relacionados ao bem-estar dos porcos no abate deve-se a habilidades inadequadas da equipa e instalações mal projetadas e construídas. Esta é uma das principais conclusões do documento da EFSA sobre o bem-estar dos animais durante o processo de abate. A EFSA destaca a falta de habilidades e/ou treino do pessoal responsável enquanto uma séria preocupação social.

Porcos

O parecer científico publicado é o mais recente de uma série de avaliações atualizadas sobre o bem-estar dos animais no abate solicitadas pela Comissão Europeia. Propõe medidas para enfrentar os riscos de bem-estar, mais comumente associados ao abate de porcos para produção de alimentos, e segue opiniões semelhantes sobre aves e coelhos. Ainda este ano será publicada uma nova opinião sobre o gado.

Marta Hugas, cientista chefe da EFSA, defende que, «como parte da sua nova estratégia Do Prado ao Prato, a Comissão Europeia está a revisar as disposições atuais sobre bem-estar animal, com o objetivo de criar um sistema alimentar mais sustentável na UE. Esta série de opiniões, além de outras que apresentaremos nos próximos anos, fornecerá a base científica para essa revisão».

«Ter altos padrões de bem-estar animal melhora a saúde e a qualidade dos alimentos, reduz a necessidade de medicamentos e pode ajudar a preservar a biodiversidade. Animais saudáveis e bem cuidados são essenciais para uma cadeia alimentar saudável», aponta.

A visão abrangente sobre suínos inclui o processo de abate, desde a chegada e descarga dos porcos, passando pelo atordoamento até ao sangramento e a matança. Este identifica uma série de riscos que dão origem a problemas de bem-estar - como stress pelo calor, sede, fome prolongada e problemas respiratórios - e propõe medidas preventivas e corretivas sempre que possível.

Como na opinião anterior sobre aves de capoeira, a maioria dos riscos - 29 em 30 identificados - são consequência de falhas na equipa, isto devido a fatores como falta de treino e fadiga. Medidas preventivas podem ser implementadas para todos os riscos, afirma a EFSA, com gestão do local identificado como tendo um papel crucial a desempenhar na prevenção.

Os pareceres científicos sobre o abate baseiam-se nos mais recentes conhecimentos científicos disponíveis e estão a ser desenvolvidos em consulta com especialistas em bem-estar animal dos Estados-Membros da UE. As conclusões serão utilizadas pela Comissão Europeia em discussões com a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), visando alinhar abordagens ao bem-estar animal no abate.