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Agrotec

Jovens agricultores prevêm uma fatalidade com o fim das quotas leiteiras

vacasA Associação dos Jovens Agricultores do Distrito do Porto (AJADP) alertou esta terça-feira que “há uma apreensão enorme por parte dos produtores, pois o fim das quotas poderá ser catastrófico quando o mercado internacional deixar de absorver todo o leite produzido na Europa”.

O presidente associativo, Joaquim Costa, detalhou em comunicado de imprensa que “vários países europeus estão já com a produção de leite acima da quota de produção e prepararam-se para produzir muito mais, após o fim das quotas leiteiras”, agendado para 31 de março de 2015.

Para “despertar a fileira” do leite para a urgência de preparar a entrada em vigor de novas regras políticas e económicas, no âmbito da nova Política Agrícola Comum, a AJADP e Associação dos Produtores de Leite de Portugal (APROLEP) vão realizar na quinta-feira, 20 de Março, um seminário com o tema “Preparar o fim das quotas leiteiras”, que terá lugar no auditório da Cooperativa Agrícola de Vila do Conde.

A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, já avisou que “pode não haver nenhuma catástrofe” se a fileira “investir, criar valor acrescentado, procurar novos mercados de exportação”. O que, sustentou, até tem acontecido, por exemplo, com a abertura recente do mercado chinês às empresas portuguesas de lacticínios.

No final de uma reunião de ministros da tutela, a 17 de fevereiro em Bruxelas, a governante lembrou que “fazer leite cru não é a única alternativa” e que os produtores nacionais podem e devem “acrescentar valor às exportações leiteiras, crescendo na transformação, em produtos onde [o País] não é sequer auto-suficiente do ponto de vista alimentar – o queijo ou os iogurtes –, e onde temos o mercado internacional para conquistar”.

Em 2011, aquando da apresentação das propostas legislativas para o futuro da PAC, o ex-ministro da Agricultura, Arlindo Cunha antecipou também que o fim das quotas leiteiras irá ter “consequências desastrosas”, pois “significa liberalizar a produção”. “Os países que são mais competitivos, a Holanda, a Dinamarca, a França, a Alemanha, o Reino Unido vão disparar a produção e os países da periferia vão ter muitas dificuldades em produzir leite com custos mais baixos”, resumiu o antigo titular da pasta, que em 1992 negociou uma reforma da PAC.

Fonte: Jornal de Negócios.