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Agrotec

Intempéries voltam a causar prejuízos a produtores do interior norte

A queda de granizo e a ocorrência de trovoada seca em várias zonas do interior norte do país, durante o fim-de-semana e o meio da semana anterior, estão a preocupar agricultores e produtores, que requisitam apoio ao Governo. As associações agrícolas têm levantado a sua voz na defesa de agricultores que muito estão a perder, estando em risco a sua manutenção na atividade agrícola.

Granizo agricultura

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD), Francisco Pavão, apontou para prejuízos «na superiores aos 70%», enquanto Filipe Pereira, da Associação Regional dos Agricultores das Terras de Montenegro (ARATM), descreveu «prejuízos de 40% a 80%, dependendo do cultivo em causa».

«A queda de granizo aconteceu durante alguns minutos e foi muito localizada, mas o suficiente para preocupar muito o setor. Não bastava a pandemia e muitos produtores terem o produto em casa sem o conseguirem escoar, e agora também as condições climatéricas estão a causar prejuízos avultados» afirmou Francisco Pavão. «Já estamos a fazer o levantamento pormenorizado juntamente com a Direção Regional de Agricultura e os municípios. O importante é repor o capital produtivo. Estes fenómenos [climatéricos] vão acontecer cada vez mais e o setor tem de estar preparado e ser apoiado», defendeu Francisco Pavão.

O responsável apelou, ainda, ao Governo para que apoie e intervenha numa futura revisão do sistema de seguros, adiantando que por estes serem «muito caros» a «grande maioria dos produtores não recorre aos mesmos».

Os prejuízos relatados por Francisco Pavão referem-se, entre outras localizações, a produções dos concelhos de Mirandela, no distrito de Bragança, e Valpaços, no distrito de Vila Real. Sobre este município, Filipe Pereira descreveu à Lusa existirem «situações aflitivas» em produções das freguesias de Curros, Silva, Cabanas, Santa Maria de Émeres, Rendufe e Carrazedo de Montenegro.

Já o dirigente da ARATM afirmou que «este ano, os agricultores estão a passar por enormes dificuldades. Não conseguem vender e enfrentam situações muito complicadas. A intervenção das autoridades governamentais é fundamental».Filipe Pereira contou que «engenheiros do Ministério da Agricultura já visitaram na última semana» o território, aproveitando para apelar a «soluções rápidas” porque em causa está, frisou, a “subsistência de muitas pessoas».

No sábado, a ANEPC emitiu um aviso à população devido às informações disponibilizadas pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) onde se referia a possibilidade da existência de trovoadas secas. A ANEPC também alertou para o risco de incêndio rural associado à ocorrência de aguaceiros e trovoada seca prevista com maior probabilidade nas regiões do interior norte e centro e Alto Alentejo.

FONTE: Lusa