FAO: Identificados principais parasitas transmitidos por alimentos
Os dez principais parasitas transmitidos através dos alimentos e que causam maior preocupação no mundo, aparecem numa lista publicada pela FAO e pela OMS, que estão a elaborar novas diretrizes para os combater. Esta lista do “Top Ten” dos parasitas nos alimentos foi ontem apresentada pela FAO.
Os parasitas afetam a saúde de milhões de pessoas todos os anos, infetando músculos, tecidos e órgãos, causando epilepsia, choques anafiláticos, disenteria amebiana e outros problemas. Alguns deles podem viver nos nossos corpos durante décadas.
Apesar dos seus enormes custos sociais e impacto global, a informação normalmente é escassa relativamente à origem destes parasitas, como é que eles vivem no corpo humano e – o mais importante – como é que eles põe os humanos doentes.
Como primeiro passo para combater este problema, a FAO e a OMS estão inicialmente a focar-se nos 10 parasitas com um maior impacto global. O ranking contido no relatório foi baseado nos danos causados e outros fatores e inclui informação onde eles podem ser encontrados.
O Top Ten é:
1. Taenia solium (pork tapeworm): carne de porco
2. Echinococcus granulosus (verme hidático ou lombriga): produtos frescos
3. Echinococcus multilocularis (um tipo de lombriga): produtos frescos
4. Toxoplasma gondii (protozoa): na carne de pequenos ruminantes, porco, carne de vaca e carne de caça (Carnes vermelhas e órgãos)
5. Crystosporidium spp. (protozoa): produtos frescos, sumo de fruta, leite
6. Entamoeba histolytica (protozoa): produtos frescos
7. Trichinella spiralis (pork worm): porco
8. Opisthorchiidae (family of flatworms): peixes de água doce
9. Ascaris spp. (pequenas lombrigas no intestino): produtos frescos
10. Trypanosoma cruzi (protozoa): sumos de fruta
A lista e o relatório foram desenvolvidos no seguimento de um pedido por parte do instituto para os padrões de qualidade globais alimentares, a Codex, à FAO e à OMS para reverem o atual estado de conhecimento dos parasitas nos alimentos e impacto na saúde pública. Estas responderam afirmativamente e deram inicio a um estudo global. Vinte e dois países foram estudados e, desse trabalho, uma lista de 93 parasitas foi desenvolvida. ELa foi reduzida para os 24 mais perigosos segundo os seguintes critérios: 1) número de casos global, 2) distribuição global, 3) morbidade aguda, 4) morbidade crónica e 5) impacto económico.
O que se segue?
O Codex está agora a desenvolver novas linhas orientadoras para o controlo destes parasitas. A FAO e a OMS estão a suportar o processo providenciando informação científica e tecnológica.
O objetivo é desenvolver novos standards para o comércio global de alimentos que irá ajudar os países a controlar a presença destes parasitas na cadeia alimentar.
“Obviamente este top ten é mais geral, global e não reflete necessariamente o ranking parasitário a nivel nacional ou local, onde cada país pode ter informação mais precisa”, afirma Renata Clarke, responsável pela segurança e qualidade alimentar da FAO.
“Mas, considerando os problemas que causam, estes parasitas não têm a atenção que merecem. Nós esperamos que ao lançar este ranking possamos aumentar a atenção entre os decisores políticos, os media e o público acerca deste pergigo para a saúde pública”, adiantou a mesma responsável.
O relatório FAO-OMS apresenta algumas formas de reduzir o risco de infeções.
Para os agricultores, é aconselhado vigiarem e controlarem de perto o uso de fertilizantes orgânicos, assegurando-se que a compostagem é feita da melhor forma e que toda a matéria fecal é removida. A qualidade da água deverá ser também monitorizada frequentemente. Para os consumidores, é aconselhado que toda a carne seja bem cozinhada e apenas água limpa deverá ser usada para lavar e preparar os vegetais.
Parasitas por Continente
Classificadas biologicamente como protozoa e helminths (mas melhor conhecidos como ténias, lombrigas e planárias), é dificil saber quão espalhados estes parasitas estão a nível global, pois em muitos países não é obrigatório notificar a sua presença às autoridades sanitárias.
Na Europa, mais de 2500 pessoas são afetadas por parasitas nos alimentos todos os anos. Em 2011, registaram-se 268 casos de trichinellosis e 781 casos de echinococcosis registados na UE.
Na Ásia, não existe um dado preciso mas as doenças parasitárias são conhecidas por serem muito abrangentes e consideradas como perigo público em muitos países.
Na maioria dos países africanos não existem dados devido a uma falha geral de sistemas de vigilância
Nos EUA, Neurocysticercosis, causada pela Taenia solium, é a infeção mais comum em algumas zonas dos EUA, procovando convulsões, sendo 2000 novos casos diagnosticados todos os anos. A Toxoplasmosis é a principal causa de doença e morte naquele país.
Fonte: FAO.
Ler aqui o relatório.