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Agrotec

Governo desafia empresários espanhóis a investir no setor agroflorestal

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, desafiou os empresários espanhóis a investir no setor agroflorestal nacional, sobretudo na região sul do país, visando tirar partido da oportunidade gerada pelo projeto do Alqueva.

agrofloresta

«Para prosseguir a trajetória de sucesso que a agricultura portuguesa tem conhecido nos últimos anos é necessário continuar o esforço de investimento para o qual muito têm contribuído os empresários espanhóis, com especial destaque para a região sul do país», disse o governante num almoço organizado, em Lisboa, pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE).

Capoulas Santos referiu ainda que espera que «muitos outros se venham juntar à quase uma centena de investidores espanhóis» que apostaram neste projeto, tendo realizado investimentos numa superfície total superior a 2.800 hectares.

O Alqueva, que tem por base o armazenamento de água do rio Guadiana, permite beneficiar cerca de 120.000 hectares que já estão a ser explorados, sendo que está previsto o aumento da área beneficiada em aproximadamente outros 4.700 hectares até 2020.

O ministro falou ainda do Programa de Desenvolvimento Rural 2020, cofinanciado pela União Europeia, referindo que se trata do «principal instrumento de apoio financeiro à modernização do setor», envolvendo um investimento público de cerca de mais de 4.300 milhões de euros.

Os novos investidores deverão ter em conta um conjunto de novos projetos para a criação e modernização dos aproveitamentos hidrográficos «a concretizar em todo o país», salientou o governante.

Capoulas Santos considerou também que no atual contexto de incerteza na Europa e a nível internacional, os agricultores e os agentes económicos «necessitam de estabilidade» para realizar as suas atividades e programar os investimentos.

Neste sentido, a Política Agrícola Comum (PAC) deve «promover as condições de concorrência equilibrada entre todos os agricultores da União Europeia e entre os agricultores e outros agentes económicos», além de assegurar os meios para que a competição num mercado alargado se faça num contexto de sustentabilidade.

O ministro considerou que a negociação da PAC pós-2020 «vai ser particularmente difícil», já que será discutida em simultâneo com o futuro Quadro Financeiro Plurianual que definirá o orçamento comunitário.

Capoulas Santos disse ainda que a negociação do orçamento agrícola irá contar, nomeadamente com pressões decorrentes do 'brexit' (saída do Reino Unido da União Europeia), e outras que se prendem com as novas prioridades para a UE, onde temas como as migrações, combate ao desemprego jovem, defesa e pressões orçamentais nacionais, estarão presentes.

Assim sendo, o governante referiu que, como sucedeu na última reforma, Portugal e Espanha «irão conjugar esforços» para que os objetivos previstos nos Tratados sejam alcançados por forma a que se prossiga a trajetória de sucesso de Portugal desde a sua adesão à União Europeia.

Fonte: Lusa