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Agrotec

Escola Superior de Biotecnologia partilha projetos de investigação sobre o Ambiente

No âmbito do Dia Mundial do Ambiente, assinalado a 5 de junho, a Escola Superior de Biotecnologia convidou a comunidade a partilhar os resultados de alguns dos seus projetos de investigação mais diretamente relacionados com a causa ambiental.

biotecnologia

Enquanto faculdade e agente responsável pela mudança, a Escola Superior de Biotecnologia tem como valor essencial a Sustentabilidade, sendo este já um dos pilares centrais da investigação desenvolvida no seu Centro de Investigação, onde tem um grupo de investigação totalmente dedicado ao tema Ambiente e Recursos.

O Dia Mundial do Ambiente foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972 após a primeira grande conferência mundial sobre o ambiente e celebra-se anualmente a 5 de junho.

Em 2020, o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente foi “#PelaNatureza” e teve como foco a biodiversidade. Este ano o tema é “#GeraçãoRestauração” para reviver e proteger nossos ecossistemas. Isto significa auxiliar na recuperação de ecossistemas que foram degradados ou destruídos, bem como conservar os que ainda estão intactos.

PROJETOS:

PhytoEnergy – Descontaminar solos degradados, produzindo energia sustentável e aumentando a área agrícola disponível.

As matérias-primas usadas na produção de biocombustíveis são frequentemente plantas cultivadas em solos agrícolas, o que implica que deixam de estar disponíveis para fins alimentares.

O projeto PhytoEnergy pretende arranjar soluções de cultivo de biomassa em solos contaminados (figura 1 e 2) - em vez de solos agrícolas - libertando área agrícola enquanto promove a descontaminação gradual destes solos.

Pretende também seguir uma estratégia integrada inovadora, com a utilização de todas as partes das plantas (milho e girassol) para a geração de vários produtos energéticos, ao mesmo tempo que maximiza os ganhos da remediação de solos contaminados.

O projeto propõe-se levar a cabo a otimização da extração de óleo enquanto a palha (caule e folhas) será usada para otimizar a fermentação a bioetanol. O óleo extraído e o resultante bioetanol serão então usados para otimizar a produção de biodiesel.

Para além desta otimização está em estudo a sustentabilidade dos processos e qualidade dos produtos, de forma a avaliar a potencial contribuição desta biomassa, derivada da fitorremediação de solos contaminados, como alternativa para complementar outras matérias-primas na produção de biocombustíveis, podendo assim implementar estes processos a nível industrial.

Por fim, os efluentes resultantes dos processos usados na produção de óleo, bioetanol e biodiesel, assim como outros possíveis resíduos, serão usados para conversão adicional em biogás através de digestão anaeróbica, com possível aplicação do digerido final como fertilizante e conseguindo assim a completa valorização desta biomassa.

Para a investigadora Ana Marques do Centro de Investigação da ESB: “É animador não haver diferenças significativas, em termos de contaminação, entre o óleo e o bioetanol extraídos das plantas cultivados em solos contaminados, face aos solos agrícolas. Já em relação à produção de Biodiesel, o rendimento ainda é mínimo, mas o importante é a possibilidade de o conseguirmos produzir.”

Este projeto é coordenado pela Universidade Católica em parceria com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e conta com o apoio financeiro da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI-01-0145-FEDER-028761).

LeguCon - Adotar práticas agrícolas mais sustentáveis para o meio ambiente através da sensibilização do setor produtivo e dos consumidores.

A Escola Superior de Biotecnologia está a apoiar agricultores (principalmente localizados na Região Norte do País) no sentido de os ajudar a adotar práticas agrícolas mais sustentáveis. A chave é o retorno às nossas tradições e ajudar os agricultores a introduzir culturas de leguminosas, nomeadamente o grão-de-bico e o feijão frade, nos seus terrenos.

Estas culturas são muito benéficas para o ambiente, uma vez que fertilizam naturalmente o solo e requerem doses muito reduzidas de água para o seu desenvolvimento. Assim, a sua introdução num sistema agrícola reduz a necessidade de fertilizantes sintéticos e de recursos naturais, além de melhorar a qualidade dos solos, o que ajuda a reduzir o impacto ambiental do setor produtivo.

A consciência dos cidadãos e o papel das leguminosas
s cidadãos estão cada vez mais sensibilizados para a importância da adoção de dietas com um consumo equilibrado de proteína animal e vegetal e de baixa pegada ecológica. O consumo de leguminosas, para além dos benefícios ambientais referidos, contribui também para a redução do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes, entre outras.

O projeto LeguCon pretende apoiar a produção local de leguminosas para suportar a adoção de dietas saudáveis e sustentáveis e demonstrar como, de uma forma simples e equilibrada, todos nós podemos melhorar a nossa saúde e a do planeta.

Recentemente, o projeto iniciou uma colaboração com o departamento de Reabilitação do CASCI – Centro de Ação Social do concelho de Ílhavo, através da partilha das sementes de grão-de-bico providenciadas pelo parceiro Lusosem e também assegurando apoio técnico para o desenvolvimento da cultura.

Este projeto é coordenado pela Universidade Católica e conta com o apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

 

FUTURO – Projeto das 100.000 árvores: em 10 anos foram plantadas 112.329 árvores de espécies espontâneas

O projeto nasceu no contexto do Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto (CRE.Porto) e conta com a coordenação da Universidade Católica e da Área Metropolitana do Porto.

Pretende-se reflorestar cerca de 100 hectares de áreas ardidas, livres ou que necessitem de reabilitação com cerca de 100.000 árvores de espécies arbóreas e arbustivas autóctones da flora portuguesa. Ao mesmo tempo consciencializam-se os cidadãos sobre a importância da floresta nativa.

Desde o início das ações de plantação em outubro de 2011 o projeto já plantou 112.329 árvores nativas, realizou 737 ações de voluntariado com a participação de mais de 180.97 de voluntários – entre os quais da Católica Solidária (CASO) - o que corresponde a 576.43 horas oferecidas ao projeto por voluntários.

Estima-se, que por ano, sejam sequestradas 9.877 toneladas de carbono bruto graças a este projeto.

O FUTURO está em desenvolvimento no território dos Municípios da Área Metropolitana do Porto, em particular Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Paredes, Porto, Póvoa de Varzim, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, Trofa, Vale de Cambra, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.

GastroCure - Desenvolvimento, caracterização e libertação de extratos bioativos de soja e vegetais crucíferos para aplicação em distúrbios gastrointestinais

Os distúrbios gastrointestinais são responsáveis por cerca de um milhão de mortes por ano em toda a Europa e estão associados a custos substanciais de morbilidade e saúde. Em resposta a esse problema, investigadores da Escola Superior de Biotecnologia, em parceria com o IPATIMUP/I3S, estabeleceram o seu primeiro trabalho colaborativo: o projeto GastroCure.

Este projeto consiste numa abordagem interdisciplinar à prevenção de doenças gastrointestinais (gastrite, úlceras pépticas, infeção por Helicobacter pylori, cancro gástrico e cancro colorretal) através do desenvolvimento de novos métodos para obter compostos naturais e abundantes a partir de subprodutos agroalimentares. Assim desenvolvem-se novos ingredientes alimentares e nutracêuticos com propriedades benéficas para a saúde.

Ezequiel Coscueta, um dos investigadores do projeto, refere que “o primeiro artigo científico já publicado explica o desenvolvimento de um processo inovador, rentável e de baixo impacto ambiental para a obtenção de extratos de feniletil isotiocianato (composto reportado como um importante anti-inflamatório e quimiopreventivo) a partir de subprodutos do agrião produzido pela empresa Vitacress Portugal SA, com quem colaboramos”.

Em relação ao segundo artigo, publicado em maio de 2021, o investigador salienta que “é uma abordagem técnica para melhorar a entrega e estabilidade do feniletil isotiocianato no trato gastrointestinal. Este composto é altamente reativo, hidrofóbico e tem baixa estabilidade, biodisponibilidade e bioacessibilidade. Isto restringe o seu uso em aplicações biomédicas, nutracêuticas e alimentares. O encapsulamento que desenvolvemos pode superar essas limitações, promovendo solubilidade em água, estabilizando e preservando a sua bioatividade para potenciais aplicações biomédicas, nutracêuticas e alimentares.”

Este projeto é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional através do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização COMPETE 2020 (POCI-01-0145-FEDER-032094).

Consulte a informação detalhada nestesite.