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Agrotec

Ervilhacas: espécies com interesse forrageiro

Texto por: Teresa Carita

Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, Pólo de Inovação de Elvas

As pastagens e as culturas forrageiras são os recursos alimentares mais importantes para ruminantes e os produtos destes animais são um fator importante na oferta global de alimentos.

Por forragem, entende-se a parte vegetativa das plantas destinadas para dar ao gado após serem cortadas, preferencialmente antes de atingirem a maturação. Este tipo de alimento pode ser dado aos animais em verde ou conservado (silagem, fenossilagem, feno ou desidratado artificialmente). As projeções para a evolução do consumo de carne a nível mundial não são unânimes. Segundo os dados da OECD/ FAO (2022), espera-se que nos países desenvolvidos, onde o consumo per capita já é alto, a procura estabilize ou diminua devido ao envelhecimento da população e procura de outras fontes de proteína. Nos países onde população e rendimentos estão em crescimento é provável que o consumo de carne venha a crescer. Quanto à oferta global de carne, prevê-se que se expandirá em resposta ao aumento da procura, atingindo 377 milhões de toneladas até 2031. No entanto, na União Europeia e para o período 2022-2031, a produção de carne tenderá a diminuir ligeiramente devido ao aumento dos custos de produção e ambientais e à redução das oportunidades de exportação devido à maior concorrência nos mercados globais (OECD/FAO, 2022).

A nível mundial, a expansão das terras agrícolas evoluirá de forma a responder ao crescimento projetado da produção agrícola para a próxima década (15%). Prevê-se também um crescimento da produção pecuária associada a uma variação nas áreas de pastagens (base da alimentação de ruminantes). Estas, deverão diminuir na Ásia, Pacífico (excluindo China e Índia), Europa e Ásia Central devido à transição esperada da produção de carne bovina, ovina e caprina para sistemas de produção mais intensivos de suínos e aves. Supõe-se também que a produção de ruminantes mude para uma alimentação mais intensiva. Assim, e em particular, para os sistemas de produção de ruminantes típicos das zonas do Mediterrâneo, é fundamental promover a produção de forragem na quantidade necessária e com qualidade de forma a conseguir garantir uma alimentação animal adequada ao longo de todo o ano, já que é grande a irregularidade da produção de pastagens nestas regiões. Assim, conseguir-se-á diminuir a dependência de outro tipo de suplementos que ponham em causa a sustentabilidade ambiental e económica desta atividade.

Em Portugal, as superfícies de prados temporários e culturas forrageiras cresceram 12%, passando a ocupar a maioria das culturas temporárias (49,8%). No Alentejo, as culturas forrageiras e prados temporários já ocupam mais de metade das terras aráveis do Alentejo (INE, 2021). Segundo o mesmo autor, a área de terras aráveis cresceu no Ribatejo e Oeste e Açores devido, sobretudo, a utilizações do solo relacionadas com a alimentação animal. Nos Açores, dominam as culturas forrageiras e prados temporários. 

Continue a ler este artigo publicado na edição n.º 44 da Revista AGROTEC, no âmbito do Dossier "Práticas Agrícolas Sustentáveis".

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