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Agrotec

Conservação pós-colheita de batata doce: efeito nos parâmetros qualitativos e nutricionais

Texto de: Claudia Sánchez1, 2, Paula Vasilenko1 Mário Santos1, Maria Elvira Ferreira1

1 INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P., Polo Oeiras

2 ENFVN – Estação Nacional de Fruticultura Vieira Natividade, Polo Alcobaça

RESUMO

Nos últimos anos, o consumo de batata-doce na Europa tem vindo a aumentar e, estima-se que esta tendência continue, devido ao reconhecimento por parte dos consumidores da sua riqueza nutricional, assim como das suas qualidades organoléticas e gastronómicas. A qualidade da batata-doce no momento da colheita depende principalmente da variedade e das condições de produção e, as boas práticas durante a colheita e o armazenamento são fundamentais para garantir que o produto chega com a máxima qualidade ao consumidor.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da conservação, durante seis meses em armazém, sobre os principais parâmetros de qualidade e nutricionais de quatro cultivares de batata-doce produzidas em Portugal. Em geral, observou-se um aumento do teor de açúcares, da acidez e da capacidade antioxidante. Algumas cultivares mostraram uma ligeira descoloração e perda de água, contudo a sua qualidade manteve-se dentro dos padrões adequados para a comercialização.  

INTRODUÇÃO

A batata-doce (Ipomoea batatas L., Família das Convolvuláceas) é uma espécie originária da América Central e do Sul e há muito que faz parte da dieta alimentar dos seres humanos. Curiosamente, foram os exploradores portugueses e espanhóis que difundiram esta planta por África e Ásia, onde ainda hoje é uma cultura muito importante.

A planta da batata-doce é bianual, mas é cultivada como anual. Possui caule herbáceo, cilíndrico, predominantemente prostrado, com ramificações de tamanho, cor e pilosidade variáveis. As folhas, com pecíolo longo, são simples, mas o formato, o recorte e a cor são variáveis e característicos de cada cultivar. Tem dois tipos de raízes: as absorventes e as de reserva. As primeiras são abundantes e altamente ramificadas e as de reserva ou tuberosas podem ser redondas, oblongas, fusiformes ou alongadas. Nas raízes tuberosas a cor da periderme varia de branco a roxo e a do parênquima de reserva (ou polpa) pode ser branca, amarela, laranja ou roxa (Ferreira et al., 2021).

Estima-se que em Portugal continental e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, a área de produção seja de cerca de 1 600 ha. Em Portugal continental, a área de produção distribui-se pelo Ribatejo, Estremadura, Alentejo Litoral e Algarve. Nas regiões de Aveiro/Vagos, Oeste e Comporta, pelas condições edafoclimáticas favoráveis e pelo mercado em expansão, é uma cultura emergente. Desde 2009, que no concelho de Aljezur (Algarve) e em cinco freguesias do concelho de Odemira (Alentejo), foi reconhecida pela União Europeia, a Identificação Geográfica Protegida (IGP) “Batata-doce de Aljezur” que representa uma mais-valia para o produtor e para o consumidor da cultivar Lira, com forte tradição local e de excelente qualidade, com polpa amarela e grande poder de conservação (Ferreira et al., 2021).

Nota de Redação:

Artigo publicado na edição n.º 45 da Revista AGROTEC, no âmbito do Dossier "Pós-Colheita".

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