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Agrotec

Transgénicos: Países em desenvolvimento cultivam mais do que industrializados

Em 2012, pela primeira vez os países em desenvolvimento ultrapassaram os países industrializados na utilização de plantas geneticamente modificadas na agricultura, tendo cultivado 52 por cento da área global de 170 milhões de hectares.

Houve assim um aumento global de seis por cento em relação ao ano anterior. Esta tecnologia agrícola foi utilizada por 17,3 milhões de agricultores, sendo que 15 milhões são agricultores de países em desenvolvimento.

O relatório anual sobre o cultivo de plantas transgénicas foi divulgado no dia 20 de Fevereiro de 2013, pelo ISAAA – International Service for the Acquisition of Agri-Biotech Applications.

Os dados divulgados são contrários à previsão dos críticos que, ao longo dos anos, têm declarado que esta tecnologia foi criada para o benefício dos países desenvolvidos e que não seria utilizada nos países do terceiro mundo.

A cada ano que passa, desde 1996, tem-se verificado que essa visão não faz qualquer sentido, uma vez que a agrobiotecnologia contribui para o aumento da produtividade das culturas; a redução na utilização de combustíveis fósseis; redução de tempo de utilização de máquinas agrícolas e de mão-de-obra; redução de utilização de pesticidas; maior qualidade dos produtos; maior rentabilidade para os agricultores; da protecção ambiental; protecção para a saúde dos próprios agricultores e maior segurança alimentar dos consumidores, tanto animais como humanos.

A utilização de culturas transgénicas é essencial, mas não é uma panaceia. A sua utilização em conjunto com boas práticas agrícolas, como a realização de rotações, a gestão de resistências e as práticas de conservação dos solos com mobilização reduzida ou mesmo a sua não mobilização, exponenciam ainda mais a importância da utilização destas culturas para a concretização de uma agricultura cada vez mais sustentável, quando comparando com a utilização das culturas convencionais suas homólogas.

Desde 1996, os dados têm-se tornado cada vez mais evidentes: as culturas transgénicas contribuem para a sustentabilidade na agricultura, pois beneficia directa e indirectamente as sociedades que as utilizam, as suas economias e o ambiente.

Verifica-se que a agrobiotecnologia é ainda mais importante para os pequenos agricultores: 15 milhões, ou seja 90 por cento, são agricultores nos países em desenvolvimento.

Em 2012, foram 28 os países que beneficiaram da agrobiotecnologia, sendo 20 considerados países em desenvolvimento. Nestes 28 países habita 60 por cento da população mundial. O Sudão e Cuba fizeram história e utilizaram pela primeira vez as culturas geneticamente modificadas.

Pelo quarto ano consecutivo, o Brasil foi o país que mais contribuiu para o crescimento da utilização da agrobiotecnologia, estando cada vez mais próximo do líder, os Estados Unidos da América. Esta contribuição foi possível, já que o sistema de aprovação da adopção de novas culturas é rápido na tomada de decisões. O Brasil foi o primeiro país a aprovar a comercialização da soja geneticamente modificada  com características acumuladas nas mesmas plantas de resistência ao ataque de pragas e à tolerância a herbicidas.

Em 2012, na União Europeia foram produzidos apenas 129 hectares de milho Bt. A Alemanha e a Suécia deixaram de cultivar batata AMflora. A Polónia descontinuou o cultivo de milho Bt devido à regulamentação inconsistente com a interpretação da legislação da União Europeia.

A incapacidade para implementar um sistema de aprovação de base científica e eficiente em termos de custo-tempo, continua a ser o maior constrangimento para a adopção das culturas agrobiotecnológicas na União Europeia. Esta situação reforça a falta de competitividade da agricultura europeia em relação ao resto do mundo, o que é altamente prejudicial para os agricultores europeus. Estes continuam assim sem liberdade de escolha do modo mais adequado para produzir as suas culturas.

Fonte: CiB (via Confagri)