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Agrotec

Setor Agricola em debate durante a crise

Joaquim Pedro Torres, da organização da Agroglobal, conversou com Pedro Santos, da Consulai, Miguel Freitas, professor universitário e Francisco Gomes da Silva, da Agroges, sobre o momento de crise que o setor agrícola atravessa devido ao Covid-19.

Agricultura

Joaquim Pedro Torres começou por garantir que a próxima edição da Agroglobal continua de pé, realizando-se em setembro. 

Pedro Santos afirmou sentir que «ao nível da produção, ainda não se estão a sentir tantos constrangimentos como noutros setores», destacando o trabalho excessivo que o setor hortofrutícola tem vindo a ter e a sua resposta positiva ao aumento da procura. Realçou ainda que «o setor do vinho, com a quebra da restauração, está neste momento a sofrer, tal como o setor de leite de cabra». Contudo, afirmou que «globalmente, o setor da produção está a continuar e a demonstrar a sua importância estratégica no país». Pedro Santos lamentou ainda o facto do setor agrícola só ser apreciado nestas alturas.

Miguel Freitas avisou que «vão ser pedidas mudanças radicais e o setor tem que estar muito preparado para tal». O professor univesitário evidenciou a coragem do setor agrícola e dos agricultores, realçando que os setores do citrinos e dos pequenos frutos já começam a sentir os problemas que a situação do Covid-19 vai fazer sentir relativamente à mão-de-obra, tal como está a acontecer no Norte do país.

Segundo o professor, este é o primeiro grande obstáculo que se está a sentir. «Aquilo que se fazia em oito horas, está a fazer-se agora em dez horas ou dez horas e meia. Há aqui uma perda de 30% na oferta», informou relativamente à capacidade de resposta das empresas, destacando ainda que o «custo operacional está a aumentar» por parte da cadeia logística. «Há um aumento ao nível da logística de exportação devido ao aumento do risco para os motoristas», afirmou. Os problemas são três: o problema da mão-de-obra, o problema do custo operacional e o problema da quebra dos preços, consequência de tudo isto.

Francisco Gomes da Silva afirmou que a entidade que representa está a receber vários pedidos de auxílio. «Até ao momento, tirando problemas pontuais que existem, está a funcionar» destacou em relação à atividade agrícola em si. «Este continuar da atividade tem dimensões muito importantes. Uma delas é que a agricultura não pode mesmo parar», destacando que existe uma «urgência em não falhar» com os consumidores finais por parte dos agricultores.

Pode assistir ao restante da conversa abaixo.