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Agrotec

Osmia – A inovação na polinização das culturas

O IMPACTO DOS POLINIZADORES NA QUANTIDADE E QUALIDADE DA PRODUÇÃO

A maioria das frutas e hortícolas produzidos necessitam de abelhas para a sua polinização. Estima-se que nas macieiras apenas pouco mais de 3% das flores sejam fertilizadas sem abelhas, enquanto com a participação de insetos polinizadores este valor aumenta para até 20% – em média é de 13%. Desta forma, graças aos insetos, a produção de maçãs pode aumentar até quatro vezes. Outra questão, prende-se com o facto de flores bem polinizadas produzirem frutos de maiores dimensões, mais uniformes e que têm melhores condições de armazenagem.

É também o número de sementes no fruto que determina se o fruto será uniforme e por quanto tempo poderá ser armazenado sem perder a firmeza. Os consumidores exigem cada vez maior qualidade e disponibilidade de frutas por um longo período. No caso das bagas, os polinizadores são mais frequentemente usados em plantações de pequenos frutos, por exemplo, mirtilo, groselha ou morango. Quanto mais vezes uma flor é visitada por insetos, mais sementes ela terá, o que faz com que tenha um tamanho maior. No caso dos morangos, a quantidade de frutos de uma plantação polinizada e não polinizada é a mesma, no entanto, a produtividade pode ser 30% maior, pois os frutos da plantação polinizada são mais uniformes e de maiores dimensões. Estima-se que, só na Europa, o valor da polinização das culturas seja de cerca de 23 mil milhões de euros.

O mais conhecido de todos os polinizadores é a abelha melífera. A sua vantagem sobre outros polinizadores está relacionada com o número de abelhas disponíveis na primavera. Em média, na primavera, há vários milhares de abelhas obreiras numa colmeia, que podem voar ao redor das flores. A maior desvantagem para os fruticultores é a intensidade de trabalho associada à manutenção das abelhas na sua exploração, uma vez que há que combater a varroa, recolher o mel, etc. No entanto, pode existir um contrato de cooperação com um apicultor, tornando toda a gestão mais facilitada para o agricultor. Muitas vezes, o problema surge quando existem outras plantas nas imediações mais atrativas para estas abelhas, o que faz com que a polinização da cultura não seja realizada. Os abelhões são muito utilizados em culturas protegidas. A introdução de polinizadores para a cultura de tomate protegido, por exemplo, foi inevitável. A desvantagem mais significativa é que o agricultor tem de adquirir colmeias todas as campanhas.

A agricultura mudou muito nos últimos anos. A aplicação de produtos químicos generalizada, o aumento das áreas de monocultura, a falta de habitats naturais, fez com que o número de polinizadores selvagens diminuísse significativamente. Adicionalmente o número de pomares e plantações de há 20 a 30 anos atrás era incomparavelmente menor do que é na atualidade. No entanto, é também o trabalho dos insetos polinizadores que determina a quantidade e a qualidade das culturas obtidas pelos produtores. Por todos estes motivos, nos últimos anos, a introdução de colmeias nas explorações tornou-se cada vez mais popular. Na agricultura, existem vários aspetos que contribuem para o sucesso final da cultura. Neste processo são necessários diversos fatores, como a adubação, a rega, a proteção fitossanitária e a polinização. A última questão, muitas vezes esquecida pelos produtores, é tão importante quanto as restantes, uma vez que é também o trabalho dos polinizadores que determina a quantidade e a qualidade da produção obtida.

ABELHAS SOLITÁRIAS

As abelhas solitárias do género Osmia são excelentes polinizadoras. Como género, existem na europa várias espécies destas abelhas nativas, que têm a capacidade de “enclausurar os seus ninhos”, ou seja, cobri-los com areia ou argila misturada com a sua saliva. Outra aptidão deste tipo de abelha é recolher o pólen para a parte inferior do abdómen. É uma abelha de tamanho médio, semelhante a uma abelha melífera. Estas abelhas são solitárias, mas em condições favoráveis formam colónias muito grandes. Apesar disto, não produzem mel e o seu principal objetivo é polinizar flores de árvores, arbustos e plantas herbáceas. No total, cerca de 150 espécies de plantas fornecem alimento a estes insetos, incluindo fruteiras, arbustos de pequenos frutos, morangueiros, bem como colza, e outras herbáceas. Logo, o habitat natural destas abelhas são os jardins domésticos e pomares.

As abelhas solitárias escolhem galhos de árvores podres, postes e vigas de madeira em edifícios e caules de plantas ocas (na maioria das vezes juncos) perto de locais que lhes forneçam alimento e materiais para a construção dos seus ninhos. Assim, criar condições de vida artificiais adequadas para estas abelhas é relativamente simples. É um inseto muito trabalhador, que labora 10 vezes mais rápido do que uma abelha melífera. Ao contrário das abelhas melíferas e abelhões, não formam colónias, por esta razão são praticamente inofensivas - não defendem o ninho. Graças a isto, mesmo as pessoas que são alérgicas ao veneno de insetos podem permanecer nas suas proximidades sem temerem ser picadas. As abelhas solitárias não comunicam entre si, por isso penetram uniformemente no ambiente ao redor do seu ninho. Adicionalmente, embora possam realizar voos até 300 metros da colmeia, na maioria das vezes apenas voam a uma distância de várias dezenas de metros.

No ninho, as abelhas solitárias constroem, de algumas unidades a uma dúzia de células, organizando-as em fila. Desta forma, separam uma célula da outra com divisões de argila que produzem. Antes da fêmea colocar os ovos, ela preenche as células com o alimento acumulado, ou seja, pólen e néctar de plantas. Na etapa seguinte do processo, a fêmea sela as células, dificultando o ataque dos inimigos naturais das suas larvas. A temporada de polinização das abelhas solitárias começa no início de abril e prolonga-se até o final de junho. Os machos são os primeiros a sair do ninho, mas o seu período de voo termina mais rápido do que o das fêmeas, dura apenas três semanas. As fêmeas vivem cerca de sete a oito semanas. Durante este tempo, dá-se também o período reprodutivo destes insetos, após o qual as fêmeas inseminadas constroem o ninho, recolhem pólen e néctar, põem ovos e depois morrem. As larvas eclodem alguns dias após o encerramento das células do ninho. Eles alimentam-se do pólen acumulado na célula até pupar. Até a próxima estação, o inseto mantém-se como pupa. Na primavera, no entanto, o adulto emerge da pupa e o ciclo repete-se novamente.

POR QUE CRIAR HABITATS ARTIFICIAIS PARA ABELHAS SOLITÁRIAS?

A produção de abelhas solitárias é relativamente simples, uma vez que requer apenas três condições, um local de nidificação, pólen e argila. Na natureza, esta abelha não nidifica num só lugar, encontra-se dispersa no ambiente, o que aumenta a dificuldade de os parasitas a atacarem. Para que seja possível a utilização de abelhas solitárias para a polinização das culturas, colocam-se colmeias no pomar, incentivando-as a construir o ninho num local específico.

Para uma única cria, as abelhas solitárias recolhem cerca de 200 mg de pólen misturado com néctar. Desta forma, significa que matematicamente um único inseto realiza cerca de 40 voos e visita 1200 flores para alimentar uma larva. Ao mesmo tempo, deve salientar-se que, mesmo em condições desfavoráveis, a abelha solitária fêmea estabelece um mínimo de cinco células, ou seja, de cinco larvas. Assim, se se multiplicar esta quantidade pelo número de 200 voos necessários para recolher alimento suficiente, verifica-se que o inseto poliniza 6000 flores durante a estação. A título de exemplo, uma abelha solitária em estufas e túneis pode ficar ativa durante 14 horas por dia.

As características mais importantes das abelhas solitárias são as seguintes:

• atividade biológica durante o período de maior demanda de polinizadores;

• tendência natural para formar colónias e fixação ao local de nidificação;

• facilidade de ocupação de ninhos preparados artificialmente;

• caráter calmo e completa falta de agressividade (abelhas solitárias não defendem os ninhos, e mesmo em contato próximo com pessoas não são agressivas);

• amplas preferências alimentares, onde se inclui a maioria das culturas;

• alta eficiência de polinização, superior aos géneros Apis e Bombus;

• capacidade de trabalhar em politúneis;

• curta distância de voos para alimentação (até 300 metros dos ninhos), o que não permite que haja dispersão em relação à polinização da cultura.

OSMIA FUTURE

A empresa polaca Osmia Future desenvolveu um sistema único de colmeias com abelhas solitárias (género Osmia), que lhe tem garantido inúmeros prémios, reconhecendo o seu contributo na inovação da polinização. Após vários anos de ensaios, esta empresa introduziu no mercado colmeias especializadas, as OsmiaBox, apoiadas por uma aplicação móvel, garantindo a polinização das culturas para o século XXI. O projeto Osmia 4.0 foi desenvolvido para atender todas as necessidades relacionadas com a polinização e utilização de abelhas solitárias.

A colmeia Osmia é uma solução inovadora construída a partir de elementos modulares. Graças à sua estrutura, proporciona condições ideais de temperatura e humidade para o desenvolvimento de uma nova geração de abelhas. Uma característica desta colmeia é o tamanho variado dos buracos de nidificação, o que permite às abelhas encontrar orifícios individuais. Na sua construção foi utilizado um obturador que reflete o excesso de luz solar, aumentando assim a velocidade do trabalho das abelhas. Após o período de polinização, a nova geração é retirada da colmeia, selecionada, desinfetada e embalada. A caixa exterior é limpa, desinfetada, a membrana substituída e reconstruída para ser usada na próxima estação. A sua reutilização torna esta também uma prática sustentável.

A aplicação móvel permite o planeamento do número de colmeias, bem como a sua distribuição no pomar para a polinização ideal. A app irá sugerir quando e quais as ações que devem ser realizadas, e ajustará a polinização às condições individuais no pomar de cada usuário. Após o serviço, é possível verificar os dados e realizar a otimização anual da polinização.