O projeto será desenvolvido no âmbito de um protocolo de colaboração estabelecido com a Lipor, entidade responsável pela gestão, pela valorização e pelo tratamento dos resíduos sólidos urbanos produzidos pelos municípios de Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde.
“Será um dos projetos de maior dimensão europeia em termos da constituição de 286 hortas sociais, cuja função é de reabilitação e terapia para os doentes do centro hospitalar. Ao mesmo tempo, serão abertas à comunidade, fazendo participar as escolas secundárias, para que percebam a vantagem da agricultura, e algumas pessoas que por questões económicas necessitem de ter esse espaço para ter acesso a determinados produtos agrícolas”, disse António Tavares.
Em declarações à Lusa, o provedor da Misericórdia do Porto acrescentou que a Santa Casa tentará “encontrar entidades que estejam disponíveis para entrar em mecenato neste projeto, à semelhança do que foi feito na reabilitação da fachada central do edifício do Centro Hospitalar Conde Ferreira”.
“Estamos convictos de que será um projeto que se poderá integrar na cidade e criar condições para que as pessoas tenham uma nova resposta”, disse, salientando que o espaço disponível ronda “os quatro/cinco hectares, numa zona central na freguesia da Paranhos”.
A parceria entre a Misericórdia do Porto e a Lipor está integrada no projeto “Horta à Porta – Hortas Biológicas da Região do Grande Porto”.
Além de promover a criação de hortas urbanas, o projeto visa criar “um espaço ambiental de elevado valor em biodiversidade” e “contribuir para a valorização da área envolvente ao centro hospitalar, bem como o apoio às populações e famílias carenciadas e desfavorecidas”.
A assinatura do protocolo realizou-se na cerimónia comemorativa dos 130 anos do Centro Hospitalar Conde de Ferreira, propriedade da Misericórdia do Porto.
O projeto “Horta à Porta” da Lipor surgiu em julho de 2003 e disponibiliza atualmente 664 talhões, maioritariamente em hortas localizadas em zonas urbanas. São mais de 4,3 hectares cultivados em agricultura de modo biológico e com preocupações ambientais e sociais.
Fonte: JN