Colheita de cereais de inverno na UE heterogénea em qualidade e rendimentos
A colheita de cereais de inverno na União Europeia (UE) está praticamente no fim, com rendimentos e qualidade muito heterogéneos.
O milho encontra-se em plena colheita, mas com sinais de descida nos rendimentos, segundo a avaliação de Toño Catón, diretor das Culturas Arvenses das Cooperativas Agroalimentarias.
Em cereais de Inverno obteve-se excelentes resultados de rendimentos no centro, sul e sudeste da Europa, enquanto no oeste e norte, os rendimentos foram apenas moderados e, inclusive, catastróficos, como é o caso da França.
Enquanto verificou-se um aumento da percentagem da qualidade de trigo no sudeste, esta reduziu na França, Estados Bálticos e na Polónia.
A subida de uns não foi suficiente para compensar a baixa de outros, pelo que no conjunto da UE a produção de trigo reduziu este ano em 59%, de acordo com as estimativas e face aos 71% da campanha passada.
A colheita de milho, começou em início de setembro nos principais países produtores. As temperaturas elevadas registadas e a falta de água durante o final do ciclo do milho afetou os rendimentos tanto no norte como no sul, prevendo-se colheitas precoces para a França, Alemanha, Itália e Polónia devido ao Verão quente e algo atrasadas na Espanha e na Grécia, como consequência de alguma chuva, destaca Catón.
Quanto aos resultados de produção e de acordo com a última revisão de dados de Strategie Grains, a colheita de cereais na UE estima-se actualmente em 295,8 milhões de toneladas, uma descida face ao resultado de 308,9 milhões de toneladas em 2015/2016.
A produção de trigo branco na UE também foi revista em baixa, para 136,5 milhões de toneladas, esta de 151,2 milhões em 2015/2016, sobretudo devido à Alemanha, França e Bélgica e também, mas marginalmente, aos Países Baixos, Reino Unido, Itália e Finlândia.
Estas descidas são compensadas parcialmente com os aumentos na República Checa, Eslováquia, Suécia e Espanha.
Os valores para a produção de trigo duro não variaram face ao mês passado e mantêm-se em nove milhões de toneladas. Os menores rendimentos registados na França e Espanha são compensados com a alta produção de Itália.
Para a cevada, a produção europeia também evolui em baixa, estimando-se em 60 milhões de toneladas.
As principais descidas verificam-se na Bélgica, Dinamarca, França e Espanha e, mas em menos medidas, nos Países Baixos, Polónia, Lituânia e Finlândia, ao contrário da produção em alta na Itália, Áustria, Suécia e República Checa.
Para a produção de milho, as previsões estão em baixa, até 59,3 milhões de toneladas, sobretudo na Alemanha, França, Roménia e Bulgária, devido aos menores rendimentos.
Na Alemanha e França regista-se uma queda significativa da superfície. Embora menos destacável, também há uma redução da produção em Espanha, Bélgica, Dinamarca e Países Baixos. Pelo contrário, a produção aumentou em Portugal, na Hungria, República Checa, Eslováquia, Croácia e Itália.
Fonte: Agrodigital