Cientistas desenvolvem variedade de banana resistente à doença do Panamá e que não escurece
As Filipinas deram luz verde a uma variedade de bananas geneticamente editadas, que não ficam castanhas e são resistentes à doença do Panamá.
O escurecimento das bananas é um processo natural que ocorre ao longo do tempo, à medida que a fruta amadurece e produz demasiado etileno. A transformação dos pigmentos amarelos em castanhos chama-se escurecimento enzimático e provocada por quantidades elevadas de etileno. Embora não se conheçam problemas de saúde decorrentes da ingestão de bananas que se tornaram castanhas, estas têm um sabor demasiado doce, tornam-se bolorentas e começam a ter um cheiro desagradável.
Mas uma empresa britânica de biotecnologia agrícola parece ter encontrado uma solução não só para este problema como para a doença do Panamá. Os investigadores da Tropic utilizaram uma tecnologia de edição genética e criaram uma variedade de bananas que não ficam escuras e são resistentes à doença do Panamá. De salientar que até hoje não se conhecia qualquer cura ou variedade de bananas resistentes a esta doença.
A doença do Panamá, também designada por doença do Panamá Tropical Race 4 (TR4), é causada por um fungo chamado Fusarium oxysporum que vive no solo e é uma das ameaças mais graves que os produtores de banana enfrentam atualmente. É um grande problema em países como o Laos, Vietname, Malásia, Indonésia, China, Filipinas, Moçambique, Paquistão e Índia, entre outros. Estima-se que mais de 80% da produção mundial de bananas esteja ameaçada por esta doença.
Em comunicado, a empresa informou que o Departamente de Agricultura das Filipinas deu luz verde a esta variedade de bananas: “O governo das Filipinas implementou um processo transparente, eficiente e com base científica para avaliar a segurança das plantas geneticamente editadas. Este é exatamente o tipo de sistema que incentiva empresas como a Tropic a investir em tecnologias inovadoras para desenvolver soluções sustentáveis para os agricultores filipinos”, afirmou o diretor de tecnologia da Tropic, Dr. Ofir Meir.
O comunicado afirma também que esta variedade de bananas pode contribuir para a diminuição das emissões de CO2 em 25% e para a redução do desperdício alimentar (cerca de 60% das bananas exportadas ficam doentes ou vão para o lixo antes de chegarem ao consumidor).
A Tropic espera que as suas bananas possam em breve ser importadas livremente para as Filipinas, um dos principais produtores e exportadores do Sudeste Asiático. O país viu a sua quota de mercado global no setor das bananas cair significativamente devido à doença do Panamá.
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Fonte: CiB