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Agrotec

Apreendidas 1 346 toneladas de fitofármacos ilegais em operação internacional da Europol

Operação de âmbito europeu resultou na apreensão de 1 356 toneladas de produtos fitofarmacêuticos ilegais em cerca de 30 países, o dobro dos valores do ano passado, representando um total de 260 investigações abertas, dois indivíduos detidos e milhares de materiais fitofarmacêuticos contrafeitos confiscados em território europeu. Um marco nas apreensões da Europol – Serviço Europeu de Polícia que, na sua quinta edição, volta a bater recordes. 

Fitofármacos

Considerada a maior apreensão desde que há registo na Europol, a edição de 2020 da Operação Silver Axe, de âmbito europeu, resultou na apreensão de 1 356 toneladas de produtos fitofarmacêuticos ilegais ou contrafeitos numa operação que envolveu 32 países (mais três do que em 2019) entre janeiro e abril.

As autoridades responsáveis realizaram inspeções nas fronteiras terrestres e marítimas, nos mercados interiores e nas entregas de encomendas, inspecionando mais de 3 000 toneladas de produtos provenientes de países como Bélgica, França, Alemanha, Polónia, Eslovénia e Suíça, sendo este o maior registo de apreensões de sempre.

Recorde-se que operações como a Silver Axe revestem-se de especial importância numa altura em que o controlo na produção e comercialização de produtos fitofarmacêuticos na União Europeia é cada vez mais apertado, e tendo em conta os riscos que os produtos falsificados representam para o meio ambiente, saúde e segurança dos consumidores.

A quinta edição da operação, que envolveu este ano mais países, apreendeu quantidades suficientes para pulverizar 207 000km2 de terra, o equivalente a todas as terras agrícolas na Alemanha, a quase 75% das terras agrícolas em França e 150% na Roménia, num valor de lucro criminal avaliado em 94 milhões de euros.

Contribuíram para o sucesso da operação entidades como o Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF) e a colaboração de diferentes organizações europeias e internacionais, entre as quais a Associação Europeia para a Protecção das Plantas (ECPA) e a CropLife Internacional. Para algumas das operações em território português, contou com o apoio da Associação Nacional da Indústria para a Protecção das Plantas (ANIPLA).

Ao todo, foram analisados produtos provenientes de 32 países (26 Estados-Membros da EU): Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Chipre, Checa, Dinamarca, Estónia, França, Finlândia, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, Portugal, Roménia, República Eslovaca, Eslovénia, Espanha e seis países que não colaboram na UE (Austrália, Colômbia, Suíça, Ucrânia, Reino Unido e Estados Unidos).

Para o diretor executivo da Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas (ANIPLA), António Lopes Dias, «é notório o envolvimento e compromisso crescente de todas as entidades, países e parceiros, no combate a uma fraude que tem vindo a crescer, tornando-se num dos negócios criminosos mais lucrativos do mundo. Acima de qualquer preocupação estará sempre a garantia do bem-estar humano e o risco elevado que estas substâncias ilegais representam para a saúde e ambiente, uma vez que não passam pelos rigorosos testes de segurança que são necessários para colocar produtos fitofarmacêuticos no mercado. É para nós um enorme orgulho fazer parte do combate a este flagelo, e responder positivamente à necessidade de cooperação que existe face à complexidade e escala desta fraude».