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Agrotec

Aplicação de bioestimulantes em cerejeira: incremento sustentável da qualidade do fruto

Por: Sílvia Afonso1, Ivo Oliveira1, Marta Serapicos2, Francisco Guedes3, Alice Vilela4, Anne Meyer5, Berta Gonçalves1

1 CITAB – Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas; Inov4Agro – Instituto de Inovação, Capacitação e Sustentabilidade da Produção Agroalimentar, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2 UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

3 Cermouros – Cerejas de São Martinho de Mouros, Lda.

4 CQ-VR – Centro de Química, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

5 Universidade Técnica da Dinamarca, Departamento de Biotecnologia e Biomedicina

RESUMO

A cereja é um dos frutos de eleição por parte dos consumidores, com propriedades organoléticas atrativas e de elevado valor nutricional. Contudo, existe uma pressão crescente sobre os produtores para a produção de alimentos mais sustentáveis do ponto de vista ambiental. Nesse sentido, a redução do uso de agroquímicos e o aumento da aplicação de bioestimulantes em pré-colheita surge como uma abordagem inovadora, não só para aumentar a produtividade e a qualidade da cereja, mas também para garantir a sustentabilidade económica e ambiental da fileira da cerejeira.

Neste estudo, em cerejeiras instaladas em Resende, foi avaliada a aplicação de dois bioestimulantes (à base de glicina-betaína e da alga marinha Ecklonia maxima), em parâmetros de qualidade de cerejas da cultivar ‘Lapins’. Os resultados obtidos mostraram efeitos positivos da aplicação destes bioestimulantes, nomeadamente no aumento do calibre, do peso dos frutos e do teor em sólidos solúveis totais (SST) e uma melhoria no perfil sensorial das cerejas, demonstrando a aplicabilidade destes compostos na ceresicultura.

INTRODUÇÃO

Com excelentes propriedades organoléticas, um elevado valor nutricional e reconhecidas propriedades promotoras de saúde, as cerejas são um dos frutos frescos de eleição por parte dos consumidores (Blando e Oomah, 2019; Basile et al., 2021; Afonso et al., 2022).

De acordo com a FAOSTAT (2023), em 2021 foram produzidas no mundo 2732413 toneladas de cereja, um aumento de cerca de 24% nos últimos dez anos. Atualmente, a cereja é produzida em praticamente todo o mundo, sendo que os três principais países produtores de cereja são a Turquia, os Estados Unidos da América e o Chile (FAOSTAT, 2023). Portugal apresentou uma produção significativa de cereja, com cerca de 23930 toneladas em 2021 (FAOSTAT, 2023). Esta produção localiza-se a norte do rio Tejo, com destaque para as regiões da Beira Interior, Trás-os-Montes e Entre Douro e Minho. A região de Entre Douro e Minho representa um forte impacto no setor da ceresicultura, já que cerca de 30% da produção nacional deste fruto é proveniente desta região. É também nesta região, nomeadamente no concelho de Resende, e devido às suas condições edafoclimáticas únicas que, para além de propícias à antecipação temporal da oferta deste fruto (primeiras cerejas da Europa), promovem também a existência de cerejas com uma qualidade superior e um sabor característico de excelência (Gonçalves et al., 2022).

Artigo publicado na edição n.º 46 da Revista AGROTEC.

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