FacebookRSS feed

Agrotec

Álvaro Amaro defende «uma PAC com grande ambição, mas que não deixe para trás as regiões mais deprimidas»

Decorreu ontem a primeira conferência do ciclo “A Agricultura somo Setor Prioritário”, sobre o próximo quadro da Política Agrícola Comum e o período transitório que a antecede. O evento online contou com a participação do ex-Ministro da Agricultura, Arlindo Cunha, e os presidentes da Confederação dos Agricultores de Portugal e da Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas, Eduardo Oliveira e Sousa e Manuel Santos Gomes, respetivamente.

Agricultura

Álvaro Amaro defendeu «uma PAC com grande ambição e mas que não deixe para trás as regiões mais deprimidas». E, por isso, de acordo com o eurodeputado, «o governo tem de assumir a agricultura como prioridade e isso será visível já em 2021, através do nosso plano estratégico». Este acrescentou que «Sejamos mas progressitas ou conservadores em matéria de arquitectura verde, ela vem aí».

O membro da Comissão da Agricultura do Parlamento Europeu diz ser esta «uma questão aliciante», pela dimensão do desafio imposto ao governo. «Agora é que já não vai haver desculpas com a Europa. Mais que nunca, o sucesso ou insucesso depende das opções estratégicas do Governo», salientou.

Eduardo Oliveira e Sousa, sublinhou a «resistência e encarar a mudança de forma simples», mas acredita que «se perspetiva uma reforma que se adequa às necessidades futuras da agricultura europeia”. Para o presidente da CAP, a reforma vai permitir uma política “mais justa, mais equilibrada e mais abrangente, que garanta que os agricultores que iniciam a atividade, encontram um conjunto de regras iguais aos seus pares».

A sustentabilidade do setor leiteiro foi central à intervenção de Manuel Santos Gomes, que garantiu que «o corte no setor leiteiro pode chegar aos 72%», pelo que, para o presidente da CONFAGRI, «há setores bem mais afetados que outros». Defendeu ainda que «o caminho da convergência interna é inevitável, mas que deve ter a mesma intensidade que a convergência externa», o que ao não acontecer, diz Santos Gomes, «torna o processo muito injusto».

Finalmente, Arlindo Cunha, diz ser positiva a ambição relacionada com o clima, mas estranha «não ver as preocupações com a economia no mesmo plano que as preocupações ambientais». O ex-ministro da Agricultura salientou que «a sustentabilidade é uma dimensão incontornável do nosso desenvolvimento, mas a forma como a aplicamos não pode ser desequilibrada», pelo que considera necessário «poder ajudar as amplas áreas do território que permanecem fora da elegibilidade para apoios da PAC».

O eurodeputado concluiu salientando a necessidade de «soluções diferentes que respondam a problemas iguais de regiões diferentes», possíveis, de acordo com Álvaro Amaro, pela «ampla margem de manobra possibilitada no desenho dos planos estratégicos. “É preciso ter a coragem de fazer esta aposta».