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Plasticultura: soluções biodegradáveis são o futuro

plastico

É um facto que a utilização do Plástico na Agricultura tem crescido, em termos mundiais, nas últimas décadas. Com múltiplas e necessárias utilizações no setor agrícola, é um facto que as preocupações ambientais são também uma das valências associadas à Plasticultura. A busca por soluções biodegradáveis é cada vez mais uma prioridade.

Texto: Ana Clara

Atualmente o plástico é reciclado, enterrado ou queimado. Por todo o mundo, mas também em Portugal, a utilização do plástico na Agricultura serve várias funcionalidades, desde embalamento de fardos, proteção de culturas, isolamento para proteção de plantas das ervas daninhas – permite o controlo da humidade e da temperatura, assegurando o crescimento das culturas -, coberturas de estufas ou em plantas em viveiro, entre outras.

Para acautelar as questões ambientais – o plástico é composto por polietileno, derivado do petróleo - surgem cada vez mais no mercado soluções de plástico biodegradável e são já várias empresas que se dedicam a esta atividade.

O desenvolvimento do polietileno (polímero baseado em petróleo) sob a forma de um filme para cobertura do solo permitiu revolucionar o sistema de produção e a rentabilidade de muitas culturas.

No entanto, a utilização destes plásticos causa impactes ambientais muito significativos, devido aos problemas associados à sua gestão durante e, principalmente, após o ciclo da cultura.

A utilização de polietileno oxo-degradável, com fragmentação em pequenas partes, não resolve o problema ambiental. A solução passa pela utilização de matéria prima de origem vegetal (e.g., amido de milho e óleos vegetais) em polímeros certificados como biodegradáveis e compostáveis.

Nessa medida foi desenvolvido um projeto, intitulado Agrobiofilm, desenvolvido no âmbito do 7º Programa Quadro da União Europeia, que ajudou a encontrar respostas para o problema.

O projeto teve início em abril de 2010 e trata-se de um consórcio formado por um núcleo principal de três pequenas e médias empresas: a Silvex, Indústria de plásticos e papéis, (coordenadora do projeto em Portugal), a BIOBAG (Noruega) e a ICSE (França).

As outras PME’s - Hortofrutícolas Campelos (Portugal), Olivier Mandeville (França) e Explotaciones Agrarias Garrido Mora (Espanha) – foram os utilizadores finais, onde se realizam os ensaios de campo. As Universidades e Centros de Investigação, subcontratados para realizarem o trabalho científico foram o Instituto Superior de Agronomia (Portugal), Centro Tecnológico ADESVA (Espanha), Université Montpellier 2 (França) e Faculty of Agricultural Sciences, Aarhus University (Dinamarca).

O objetivo geral do Agrobiofilm visou superar as barreiras técnicas que atualmente impedem os plásticos biodegradáveis de se tornarem um substituto viável aos mulch film de polietileno. Foi testado nas culturas de morango (em Portugal e Espanha), melão (Portugal), pimento (Portugal) durante três anos, com resultados satisfatórios, podendo ser utilizado em outras culturas com características semelhantes.

Está também a ser testada na vinha, como alternativa inovadora, tanto ao mulch de polietileno (usado em algumas regiões de França), como ao solo nu e aos tubos de proteção/crescimento.

Esta é, pois, a solução do futuro, de acordo com a maioria dos investigadores, que já está a dar resposta às necessidades atuais dos agricultores.

Nota: Artigo publicado no Dossier Plasticultura, publicado na Agrotec 25.

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