FacebookRSS feed

Agrotec

Centro de excelência do Norte de Portugal/Galiza cria 30 materiais com base em resíduos

Projeto Valornature é liderado pelo PIEP, interface da UMinho, e envolve mais de 50 instituições e empresas.

valornature

Viseiras a partir de cabides, trotinetes com laminado de madeira e carbono, novos recipientes cosméticos, móveis diferenciados, cabides reciclados da Adolfo Dominguez, peças injetadas para veículos, fibra de carbono verde, estruturas para construção, artesanato e rifles submarinos. Estes são exemplos da trintena de materiais agora criada no Norte de Portugal e Galiza com resíduos do setor primário.

Trata-se do projeto Valornature - Centro de Excelência em Materiais Sustentáveis da Euro-Região e é liderado pelo PIEP - Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros da Universidade do Minho, em parceria com a Agência Galega da Indústria Florestal e o Centro Tecnológico do Automóvel da Galiza. A iniciativa teve 2.3 milhões de euros do Programa Interreg, juntando desde 2018 mais de 50 entidades a valorizar subprodutos agroflorestais, marinhos e extrativos em áreas-chave da economia, como automóvel, aviação, naval, construção e desporto.

Este centro de excelência avaliou no início o potencial dos recursos endógenos do noroeste ibérico. Caraterizou-se 12 resíduos em particular, como biomassa de giesta, toxo, vide, oliveira, kiwi, casca de mexilhão, pó de pedra e resíduos industriais. Depois desenvolveu-se mais de 30 materiais sustentáveis, um protótipo de fibra de carbono verde e 25 demonstradores tecnológicos, em parceria com várias empresas desta euro-região. Os resultados foram agora divulgados em Santiago de Compostela.

valornature

"O Valornature é um verdadeiro ecossistema de inovação e transferência de tecnologia, capaz de promover investigação de excelência com base em modelos de economia circular e simbiose industrial”, diz o diretor do projeto, Bruno Pereira da Silva. “Permite responder às necessidades do setor empresarial de toda a euro-região e, assim, aumentar os níveis de competitividade industrial, diminuir a taxa de desemprego e afirmar a resiliência deste território com mais 6.4 milhões de habitantes”, acrescenta.

O PIEP nasceu em 2000, em Guimarães, por iniciativa da indústria e em estreita ligação à UMinho e ao IAPMEI. Dá resposta às necessidades de I&D de empresas de diversos setores, apoiando na formação e na criação de produtos inovadores, tecnologias e ferramentas. Tem realizado inovações como uma cápsula espacial, uma mala inteligente, um biopolímero resistente e soluções para a alta velocidade.

- Vídeo aqui e aqui.